Alexandre Campello, declarou, numa live neste sábado (21), que o clube precisa ser vendido. “Tem que transformar em clube-empresa e vender”, disse.
Eleito em janeiro de 2018, sem nenhum voto, numa manobra em segundo turno com o comando do candidato derrotado Eurico Miranda e do dirigente Roberto Monteiro, Campello ficaria em quarto lugar no primeiro turno naquele pleito, não chegando a 400 votos de um total de pouco mais de 4.000. Mas foi içado pelo empresário Julio Brant a vice na reta final, compondo a chapa que venceria o primeiro turno nas urnas.
Pinçado pela ganância, abandonou Brant e virou presidente ilegítimo entre os conselheiros, instituindo um golpe que levou beneméritos e grande beneméritos a tirar Brant do poder e levar Campello à presidência, a única vez na história do Vasco em que não se legitimou o presidente eleito pelo voto dos sócios.
Esse pequeno resumo, um episódio recente que manchou para sempre a democracia da instituição, explica a situação dramática pela qual passa o clube nesse momento, com 28 pontos e em décimo-primeiro lugar na série B.
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Historicamente, as eleições do Vasco sempre foram mambembe. Compra de votos, associações ilícitas, manobras escusas, o clube nunca teve eleições transparentes. E, em nome de um processo limpo, em 2020 deu-se mais um desastre. Envolto em mais um capítulo na Justiça, o Vasco teve sua eleição decretada na noite anterior, impossibilitando a mobilização das chapas e marcada por uma total desorganização.
Numa contagem de votos sem a presença de todos os candidatos, decretou-se a vitória do empresário LevenSiano. Logo depois, a Justiça cancelou o pleito eimpôs data para uma nova eleição, uma votação online com a participação apenas das chapas de Jorge Salgado e Julio Brant. Salgado venceria dessa vez. Mas a lista de sócios votantes nunca foi divulgada. O Vasco viveria, novamente, tempos sombrios.
Com mais de 20 milhões de vascaínos, a quinta torcida do país, o Vasco vive hoje uma administração à base de planilhas de excel e PowerPoint. Incapaz de montar um elenco decente e dar respostas efetivas, Salgado é o presidente mudo. Com toda crise pela qual o Vasco passa na série B, falou em público apenas uma vez, na semana passada, dando as mesmas desculpas de sempre, herança maldita, dívida milionária,blablabla.
Os vascaínos esperavam o que uma torcida que faz pix vultosos quando o clube precisa anseia: que o Vasco dispense uns 10 bondes e contrate ao menos três craques para salvar o time dessa situação. Mas o diretor de futebol, Alexandre Pássaro, indicado pelo empresário Carlos Leite, disse claramente na live de Salgado que “não haverá salvadores”. Após a derrota para o Operário por 2 a 0 no sábado, o técnico Lisca disse nas entrelinhas, entretanto, que exigirá reforços ao executivo de futebol, que até agora não mostrou ao que veio.
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O empresário Jorge Salgado assumiu o Vasco na reta final do Brasileiro 2020-2021, bancando a contratação, em consonância com Campello, do técnico Vanderley Luxemburgo. Mas foi Campello o vilão, ao demitir o treinador Ramon em outubro de 2020, que mantinha o Vasco no meio da tabela do Brasileiro, para contratar o português Sá Pinto, sentenciando a derrocada do Vasco em 2021 para segunda divisão.
Salgado lavou as mãos naquela ocasião e parece lavar as mãos agora. Sua administração, com um marketing de orelhada e executivos de quinta linha com salários altíssimos, está diante de uma execução trabalhista da ordem de R$ 93,5 milhões, uma patacoada de Campello e Salgado. O primeiro deixou de pagar o Ato Trabalhista. O segundo deixou tudo como estava. O Vasco está, nesse momento, quase insolúvel.
A torcida quer que Salgado, Pássaro e toda a administração deixem o clube imediatamente. Nos bastidores há conversas entre LevenSiano e Julio Brant para uma união em torno de uma reviravolta que evite o Vasco de permanecer na segunda divisão. Há movimentação forte entre os sócios.
A sorte de Salgado é que São Januário não está recebendo os vascaínos nos jogos oficiais devido à pandemia. Porque senão poderíamos ver São Januário, o único patrimônio do Vasco que lembra que o Vasco é um clube de verdade, totalmente destruído. Nesta segunda-feira (23), o muro do estádio amanheceu pichado: “Vai morrer todo mundo”. É uma manhã azeda de um ano amargo para o Vasco.
Fonte: Coluna Mário Marques – Diário do Rio