A Biblioteca Pública Estadual de Minas Gerais promove, a partir desta quarta-feira (28/8), o evento “Raízes: afromineiridade e juventude na literatura”, ciclo de palestras que recebe, até 21/10, escritores, poetas, ensaístas, músicos, rappers e outros artistas negros e negras.
O festival também abre espaço para o primeiro duelo de Slam (competição de poesia falada) realizado pela instituição, que celebra 70 anos em 2024. A disputa, que acontece entre 19 e 21/10, no pilotis do prédio anexo Professor Francisco Iglesias (Rua da Bahia, 1.889), vai envolver 35 coletivos de 18 cidades de Minas.
Apresentado pelo Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult-MG), Biblioteca Pública Estadual, Associação de Amigos da Biblioteca Pública e a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), o “Raízes” integra a sequência de eventos que comemoram o 70º aniversário da Biblioteca.
Ao todo, cinco palestras – todas elas às 15h, no Espaço Geek, com tradução simultânea na língua brasileira de sinais (Libras) – compõem o evento.
São eles “A poesia afro-mineira nos slams e saraus periféricos” (28/10), “Entre a poesia escrita e as escrevivências da fala” (5/9), “A literatura e a terra: a poesia na ancestralidade afro-brasileira” (19/9), “O que é literatura indígena?” (3/10) e “A literatura de ‘Transforma’ na discussão sobre gênero e racismo” (17/10).
Com o “Raízes”, o diretor da Diretoria do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas (DLLLB), Lucas Amorim, reforça que há um movimento real de incremento voltado para a valorização da arte.
“O projeto não apenas faz parte, mas fortalece a nossa política estadual de afromineiridade, que, por meio da Secult-MG e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG), promoveu o reconhecimento dos Reinados e Congados como Patrimônio Cultural Imaterial do Estado”, afirma.
Ainda, segundo Amorim, a afromineiridade também foi o tema central da Semana Estadual de Incentivo à Literatura, realizada em abril, que contou com o apoio de bibliotecas públicas municipais e bibliotecas comunitárias: “Essas instituições promoveram cerca de 100 atividades culturais em todo o Estado sobre o tema, criando um ambiente de diálogo enriquecedor sobre a cultura e a identidade afro-mineira”.
Eliani Gladyr, coordenadora do Núcleo da Biblioteca Pública Estadual, explica que as palestras do “Raízes” vão levantar “discussões acerca dos movimentos literários afro-afirmativos, sobre a literatura produzida em Minas e no Brasil, os meios de publicação, o mercado editorial e formas alternativas de veiculação, valorizando a literatura afro-brasileira e indígena”.
Mireille Viviane de Paula vai intermediar a palestra “A literatura de ‘Transforma’ na discussão sobre gênero e racismo”. Ela diz que o evento mostra “que a literatura é viva, ativa e transformadora e que a Biblioteca é um espaço aberto para o debate de temas que são relevantes para a nossa formação enquanto leitores e cidadãos”.
Competição de Slam
Pela primeira vez, a Biblioteca Pública abre as portas para uma competição de poesia falada em nível estadual, o “Slam MG 2024”. A disputa reúne 35 coletivos representantes das comunidades de Slam de 16 cidades do estado. São cinco fases classificatórias, com duração de 90 minutos, até a grande final.
“A oportunidade de ouvir poetas nesse espaço é um momento simbólico para o encontro de tradições, pois uma tradição literária que há muito é discutida permite trocar experiências e vivências com a literatura da poesia oral performática que as pessoas ligadas ao Slam produzem”, avalia o poeta Rogério Coelho, articulador do Coletivoz Sarau de Periferia e slammaster do “Slam Clube da Luta”, e um dos curadores do “Raízes”.
A programação completa pode ser acessada aqui.