Vasco segue na tentativa de reduzir gastos e resolução sobre novo controlador da SAF pode ficar para 2025
Com quase um terço dos 90 dias de suspensão da ação judicial e da arbitragem na Fundação Getúlio Vargas (FGV), o Vasco da Gama enfrenta pequenos avanços na venda das ações da 777 Partners, antiga parceira do clube na Sociedade Anônima do Futebol (SAF). Até o momento, mesmo após conversas com potenciais interessados, não há propostas concretas na mesa da A-CAP, a seguradora que assumiu o “espólio” da empresa americana, conforme Notícias do Vasco.
Complexidade da negociação e cenário atual
A negociação da SAF é complexa, envolvendo a divisão de ações entre a A-CAP (31%), o Vasco (30%) e os 39% que estavam em discussão na arbitragem na FGV. A paralisação das negociações ocorreu após um pedido conjunto do clube e da seguradora. Internamente, dirigentes do Vasco já admitem que a resolução desse imbróglio deve ficar para 2025.
Inicialmente, o clube buscava a rescisão do contrato de investimento e do acordo de acionistas com a 777 Partners, enquanto os americanos desejavam retomar o controle e o contrato assinado em 2022. A diretoria liderada por Pedrinho alega diversos descumprimentos de contrato e irregularidades, incluindo atrasos e operações consideradas proibidas, como a triangulação financeira da 777 Partners, que retirou dinheiro do Vasco para uma empresa coligada do grupo, segundo jogos de amanhã ao vivo.
A A-CAP ainda não definiu um preço para a revenda da SAF, e o Vasco avalia outras alternativas. Mesmo a recompra de ações pelo clube é considerada, embora seja um desafio devido à sua longa crise financeira.
Situação financeira e busca por equilíbrio
Apesar das dificuldades financeiras, Pedrinho e seus pares desejam que o futebol continue sob o controle de uma SAF, independentemente da resolução do problema com a 777 Partners. Em recente declaração no Conselho Deliberativo, Pedrinho garantiu que as contas do clube estarão em dia até o final de 2024, mesmo diante do cenário de colapso financeiro que ele imaginou dentro do caixa da SAF.
No entanto, a situação ainda é complicada. O Vasco mantém acordos no Regime Centralizado de Execuções (RCE) para processos trabalhistas e cíveis, além de compromissos com a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional. Nos últimos meses, o clube enfrentou atrasos no fluxo de caixa, especialmente sem o aporte de setembro da 777 Partners, que previa cerca de R$ 300 milhões no cronograma de investimentos.
Medidas adotadas para manter as finanças em dia
Para amenizar as dificuldades, o clube busca equilibrar as contas com antecipações de receitas. Recentemente, o Vasco SAF recebeu pouco mais de R$ 40 milhões da venda de Marlon Gomes e também garantiu verba pelo avanço na Copa do Brasil, totalizando R$ 22,85 milhões até as semifinais do torneio.
Outro mecanismo para manter a estabilidade financeira inclui a geração de novas receitas com patrocinadores, como o acordo com a Viva Sorte, válido até o fim de 2025, e as conversas em andamento com a Betfair, patrocinadora master até 2025. A venda de jogadores também é uma estratégia prevista pela diretoria, com possibilidades envolvendo atletas como Rayan e outros emprestados, como Orellano, Palacios e Clayton.
Perspectivas e planos para 2025
Apesar das estratégias para gerar novas receitas e reduzir custos, o início de 2025 ainda preocupa. A ameaça de um transfer ban da FIFA devido ao não pagamento de jogadores como Puma Rodríguez e Paulinho se soma à escassez de recursos do primeiro trimestre, já que a principal competição nesse período é o Campeonato Carioca.
A venda dos naming rights do novo São Januário é uma alternativa ainda em discussão. O clube mantém conversas com possíveis interessados, embora não seja um cenário garantido.
A atual gestão busca contornar as dificuldades financeiras, mas o desfecho da situação da SAF e a estabilidade do Vasco dependem de várias negociações e decisões estratégicas que deverão ser tomadas ao longo dos próximos meses.