A temporada de 2024 da Fórmula 1 tem sido bastante movimentada. Com 24 Grandes Prêmios ao longo do ano (o maior número da sua história), o campeonato vem atravessando diferentes fases. E ainda há muito pela frente!
O ano parecia promissor antes mesmo de os pilotos tomarem as pistas. Afinal, o atual tricampeão mundial, Max Verstappen, era visto como o principal favorito para mais um título. No entanto, já se apontava uma disputa bem mais equilibrada em vista.
Afinal, a escuderia Red Bull Racing-Honda RBPT já não tem a mesma vantagem observada nos anos anteriores. Para os fãs de Fórmula 1, logicamente, essa é uma boa notícia. Pois é sinônimo de mais emoção e uma bela dose de imprevisibilidade nos resultados de cada grande prêmio.
Vamos ver então o que ocorreu de mais marcante na temporada 2024 até ao momento.
Hamilton acertado com a Ferrari
Antes mesmo do início da temporada, uma notícia acabou atraindo toda a atenção do universo do automobilismo: o acerto de Lewis Hamilton com a escuderia Ferrari¹, uma das mais tradicionais marcas da Fórmula 1.
Sete vezes campeão mundial, Hamilton faz este ano a sua 12ª temporada pela Mercedes. Pela tradicional escuderia alemã, o piloto britânico conquistou seis títulos da F1, onde a primeira conquista foi pela McLaren, em 2008.
Nos últimos anos, a Mercedes acabou suplantada pela Red Bull. Entre 2021 e 2023, Hamilton ficou em 2º, 6º e 3º lugar respetivamente. E isso veio justamente após a sua série de seis conquistas em sete anos, entre 2014 e 2020. Por isso, uma mudança de ares pode fazer bem ao piloto.
Na Ferrari, Hamilton substituirá o espanhol Carlos Sainz Jr. e deverá ter a companhia de um tradicional rival: Charles Leclerc. O piloto nascido em Monte Carlo teve duas vitórias em 2024, até ao momento, o mesmo número de Hamilton pela Mercedes. Portanto, trata-se de um companheiro de alto nível para a estrela britânica das pistas.
A Ferrari tem se mostrado competitiva e ainda pode surpreender este ano. No entanto, a maior dúvida diz respeito à força que o seu carro pode apresentar em 2025, já com Hamilton guiando um dos seus carros.
O começo avassalador de Verstappen
Max Verstappen, da Red Bull Racing-Honda RBPT, iniciou a temporada disposto a mostrar por que é o atual tricampeão mundial. Com a ajuda de um motor poderoso, o holandês venceu quatro das cinco primeiras corridas, e sete dos 10 GPs iniciais. Graças a esse desempenho avassalador, ele disparou na liderança do campeonato de pilotos.
Nessa fase inicial, as casas de apostas indicavam odds bastante favoráveis a Verstappen, que se colocava como franco favorito à conquista do tetracampeonato. Se você tiver interesse em palpites na modalidade, é importante aprender como apostar na Fórmula 1².
Verstappen também igualou o recorde de mais pole positions consecutivas (8 no total), dividindo tamanha honra com ninguém mais, ninguém menos, que Ayrton Senna. Portanto, a aura estava toda a seu favor, à medida que acumulava vitórias e glórias.
Essa boa forma se manteve praticamente até a parada do meio do ano, quando a F1 cessou por cerca de um mês. Apesar disso, nas últimas corridas antes das “férias”, Verstappen já somava alguns resultados não tão bons.
A recuperação da McLaren
Após o início promissor de Verstappen, as coisas mudaram um pouco de figura. Isso porque os pilotos da McLaren-Mercedes melhoraram significativamente o seu desempenho, fazendo com que a escuderia tomasse a frente da Red Bull no campeonato de construtores.
Até à 10ª corrida da temporada, Verstappen venceu sete vezes e conquistou um segundo lugar, enquanto o mexicano Sergio Pérez contribuiu com outros quatro pódios. Até então, os pilotos da McLaren juntos haviam conquistado apenas uma vitória e outros seis pódios.
No entanto, nas oito corridas seguintes, a coisa mudou bastante de figura. Afinal, Verstappen não conquistou mais nenhuma vitória, assim como Pérez. Já o britânico Lando Norris e o australiano Oscar Piastri, da McLaren, somaram quatro vitórias e diversos pódios. Com isso, a McLaren se tornou favorita para ser campeã mundial de construtores.
Verstappen ainda é considerado o principal favorito à conquista do campeonato de pilotos. Afinal, mantém uma boa vantagem conquistada no início da temporada. No entanto, também pode ter dificuldades para confirmar o título caso não recupere a sua melhor forma nas seis últimas corridas do ano.
Já Sergio Pérez parece longe de inspirar confiança nos torcedores da Red Bull. Afinal, ele foi incapaz de correr no mesmo ritmo que o seu companheiro de equipe desde o começo do ano. Além disso, não sobe ao pódio desde o GP da China, em abril. Recentemente, no Azerbaijão, acabou deixando a corrida após uma colisão com Carlos Sainz Jr.
Verstappen ameaça deixar F1
A fase um pouco mais nebulosa de Verstappen não se dá apenas na direção. Afinal, além dos resultados abaixo do esperado neste semestre (na comparação com o início da temporada), ele tem tido problemas nos bastidores. Um deles acabou atingindo proporções inesperadas.
Recentemente, Verstappen ameaçou deixar a Fórmula 1³ por causa da sua insatisfação com a forma como a Fédération Internationale de l’Automobile (FIA) estaria conduzindo o esporte. Em especial, o piloto holandês demonstrou insatisfação com o que considera uma “insistência tola” do órgão regulador em tratar de questões como os palavrões ditos pelos pilotos.
Isso não surgiu do nada, logicamente. Trata-se de uma resposta à pena de serviço comunitária que o piloto sofreu após usar um palavrão durante uma entrevista coletiva. O caso ocorreu antes do Grande Prêmio de Singapura. Na conferência de imprensa antes da corrida, ele chamou o seu carro de “fucked” ao comentar o desempenho no GP anterior.
Com isso, Verstappen acabou contrariando uma fala do presidente da FIA, feita poucos dias antes. Mohammed Ben Sulayem havia falado sobre a necessidade de os pilotos evitarem palavrões. No entanto, acabou sendo infeliz também nas palavras:
“Temos que diferenciar o nosso esporte do rap. Não somos rappers, sabia? Quantas vezes eles dizem a palavra que começa com f por minuto? Nós não somos assim. Eles são eles, e nós somos nós.”
Essa declaração havia mexido com outro nome importante da F1: Lewis Hamilton. Isso porque o piloto britânico acusou Sulayem de preconceito ao acrescentar um “elemento racial” na sua fala. Para Hamilton, o chefão teria feito isso ao citar artistas de rap como exemplos de mau comportamento e falas grosseiras.
A origem da polêmica vem de antes. Verstappen e o seu principal rival pelo título, Lando Norris, haviam insistido que, às vezes, xingar faz parte das exigências intensas e da pressão emocional de competir num esporte tão perigoso como a Fórmula 1.
As homenagens para Senna
Nem tudo é competição e polêmica nesta temporada da Fórmula 1. Afinal, um dos eventos mais marcantes, até agora, foi a série de homenagens que o mundo da F1 prestou a Ayrton Senna. Este ano, o trágico acidente que vitimou o piloto brasileiro, um dos maiores ídolos da história do país, completou 30 anos.
Senna recebeu uma homenagem especial no circuito de Ímola, no dia 1º de maio. Na ocasião, houve um minuto de silêncio exatamente às 14:17 locais, horário em que o piloto perdeu a vida. Tricampeão mundial de Fórmula 1, Senna morreu em 1994, aos 34 anos, ao bater contra o muro durante o GP de San Marino.
Estiveram presentes no evento diversas personalidades ligadas ao mundo do automobilismo, além de todos os fãs do piloto. Entre os convidados, estiveram o CEO da Fórmula 1, Stefano Domenicali, e Bruno Senna, sobrinho do ídolo brasileiro.
Poucos dias depois, em 19 de maio, foi realizado o GP da Emília-Romanha de 2024, também em Ímola. As homenagens continuaram, com o ex-piloto Sebastian Vettel a fazer uma homenagem a Senna, comandando uma corrida a pé pelo circuito junto a todos os pilotos da Fórmula 1, Fórmula 2 e Fórmula 3, além de diversos integrantes da FIA e do circuito de Imola.
Em ambas as ocasiões, ainda foram realizadas homenagens para o piloto austríaco Roland Ratzenberger, que também morreu no GP de San Marino de 1994, um dia antes de Senna.
Colapinto é a novidade
No momento, o Brasil não tem um representante na categoria mais nobre do automobilismo mundial. A última vez em que isso ocorreu foi em 2020, com Pietro Fittipaldi disputando algumas corridas pela Haas como substituto — ele ainda é piloto de testes da escuderia.
No entanto, se o Brasil não tem um piloto para chamar seu na F1, a Argentina deu a volta por cima nesse sentido. Isso porque os “hermanos” emplacaram Franco Colapinto na escuderia Williams, a partir do GP da Itália⁴.
Na sua segunda corrida na F1, Colapinto conquistou os primeiros pontos da sua carreira, ao terminar em oitavo lugar. Foi a primeira vez que um piloto argentino marcou pontos na Fórmula 1 desde Carlos Reutemann, no GP da África do Sul de 1982.
Com isso, a Haas acrescentou mais um feito para a sua temporada acima do esperado. Afinal, havia pouca expectativa em relação à escuderia no início do ano. Apesar disso, ela surpreendeu e já alcançou 31 pontos na classificação de construtores, chegando ao sétimo lugar entre as 10 equipes.
- Lewis Hamilton confirmado na Ferrari em 2025 – será o fim da era do último ídolo da F1?, publicado em MRNews
- Como apostar na Fórmula 1, escrito por Fabiana Storer e publicado em melhoresapostasesportivas.com.br
- Max Verstappen threatens to quit F1 after ‘silly’ punishment for swearing, publicado no The Guardian
- Quem é Franco Colapinto, torcedor do Boca Juniors que fará Argentina quebrar hiato de 23 anos na Fórmula 1