Os grandes eventos continuam a desempenhar um papel crucial na economia do Estado, especialmente no setor de turismo. Feiras, festivais, eventos internacionais como o Festival de Cinema Sul-Americano de Bonito geram empregos e movimentação turística em um período que inicia a baixa temporada, essenciais para dar visibilidade e trabalho e trazer benefícios diretos para as economias locais.
Um levantamento feito pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) avalia que cerca de 25,3% dos turistas que visitam o país estão em busca de negócios e parcerias. A pesquisa mostrou, ainda, que das empresas que trabalham com espaços para eventos, 76,80% são micro e pequenos negócios.
Empresas como a H2O Ecoturismo, agência de turismo especializada nos destinos de Bonito/MS e Pantanal Sul. A gerente de vendas, Iza Marques, conta que as pessoas saem mais de casa para ver os artistas e a movimentação nas ruas, lojas e restaurantes funcionam até mais tarde, gerando uma movimentação atípica fora da alta temporada.
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“A gente só agradece pelos eventos, pois além de agências como as nossas, atrativos, passeios, malhas aéreas, todas registram aumento de procura. Além disso, com as marcações em redes sociais feitas por quem está na cidade, seja à trabalho ou como participante, há curiosidade sobre o local, sobre as ofertas. Atrai olhares de todo o mundo, ainda mais um evento sul-americano como este”.
Há dez anos em Bonito, Jacqueline Auxiliadora Palmieri Battilani Loureiro, do restaurante da Jack, aposta em noites temáticas e em cardápios regionais para atrair a atenção dos turistas. Com o Festival de Cinema Sul-Americano de Bonito, não foi diferente. Todos os nove dias de evento, temperos e comidas típicas fizeram parte da comida ofertada por quem circulou no local. Resultado: um aumento de até 60%.
“É de extrema importância esses eventos, especialmente este ano que tivemos um semestre lento, por conta da economia externa.”
O efeito multiplicador nas economias locais com grandes eventos turísticos, desde festivais, exposições culturais, convenções de negócios e competições esportivas, atrai visitantes nacionais e internacionais e gera esse efeito multiplicador nas economias locais.
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Tanto turistas quanto participantes, como a equipe de organização, gastam com hospedagem, alimentação, transporte e entretenimento, o que resulta em um aumento direto na atividade econômica.
Os benefícios econômicos são visíveis: geração de empregos, já que a realização de grandes eventos contribui com milhares de empregos temporários em áreas como segurança, transporte, hospitalidade e alimentação, e isso inclui os moradores e empresas locais; aumento no turismo nacional e internacional, como no caso do Festival Bonito CineSur, que atrai pessoas do Brasil, Paraguai, Argentina, Peru, Chile, Bolívia, Colômbia, Venezuela, Uruguai e Equador que, além de gastar, promovem o Bonito e o Brasil como destino turístico global.
Um outro benefício é o fortalecimento da marca do município e/ou Estado, já que ele se torna mais visível no cenário mundial, gerando mais turistas no longo prazo. A agência H2O, mesmo, segundo a gerente de vendas, continuou colhendo frutos da edição anterior do Festival durante alguns meses.
“Após o festival, a gente continuou recebendo captações. Pessoas perguntando sobre passeios que viram, queriam vir com a família. É fantástico, a economia gira com esses eventos.”
De acordo com a organização do Festival de Cinema Sul-Americano de Bonito, esta terceira edição movimentou cerca de nove mil pessoas durante os nove dias de evento. Foram mais de 120 horas de exibição de filmes, debates, seminários, discussões, pessoas relacionadas ao trade audiovisual e à sétima arte que visitaram Bonito.
Para o prefeito Josmail Rodrigues, o festival já é mais um grande evento que movimenta a cidade. “Recebemos visitantes de todo o continente, o que reforça nossa cidade como referência, não só em turismo de natureza, mas também em cultura. Além do impacto direto na economia — hotelaria, gastronomia, atrativos — o festival dá visibilidade pro município e fortalece nossa estratégia de atrair investimentos ligados ao turismo sustentável”, diz.
Para calcular quanto um movimento injeta na cidade, a vice-prefeita, que também agrega o cargo de secretária de turismo do município, Juliane Salvadori, sugere um cálculo aproximado: tempo médio de permanência na cidade de quatro dias, com gasto diário de até R$ 600,00.
Josmail reforça: “Bonito está sempre de portas abertas pra receber bem, com responsabilidade e pensando no desenvolvimento econômico e sustentável a longo prazo.”
O empresário Osvaldo Esterquile Jr, está há quinze anos na cidade, afirma que os eventos são fundamentais, principalmente quando ocorrem em baixa temporada. Dono da DiBonito Cachaça, loja de produção própria de bebidas regionais (licores e cachaças), eles atraem um público diferente dos que já estavam de férias, trazendo um clima e “agito” diferentes.
“Tivemos um impacto de 20% a mais só na semana do festival, em relação à semana passada. Além de postar mais vídeos nas nossas redes, convidando os participantes a virem na loja e fazerem degustação dos produtos, tivemos oportunidade única de conhecer celebridades e artistas dos bastidores do cinema”, comemora.
“Acreditamos que um festival como o Bonito CineSur, que alia objetivos nobres como o conectar arte, cultura, e tem a proposta de fazer todos pensarem sobre qual papel desempenhamos nesse meio ambiente – não por isso, estamos na capital do ecoturismo brasileiro – também cumpre seu papel social quando emprega pessoas da região. Este ano, foram gerados mais de 200 empregos diretos”, defende o criador do Festival de Cinema Sul-Americano de Bonito, Nilson Rodrigues.
“Cinema é indústria, impulsiona economias, desenvolve um país. O turismo de eventos é uma oportunidade para manter o equilíbrio entre a demanda e a oferta ao longo do ano, mantendo a economia local estimulada e a região em constante visibilidade.”
O BONITO CINESUR é uma realização da Associação Amigos do Cinema e da Cultura (AACIC), em parceria com o Ministério da Cultura (Governo Federal), por meio de emenda parlamentar do deputado federal Vander Loubet.
Conta com patrocínio da Fecomércio-MS, Sesc, Emgea, Agência Nacional do Cinema (Ancine), Petrobrás, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil. Tem o apoio da Secretaria Municipal de Turismo e Desenvolvimento Econômico e da Prefeitura de Bonito, da Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul (Fundtur), da Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura (Setesc) e do Governo de Mato Grosso do Sul, além do apoio cultural da Energisa e da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).