Por EBC,
“A cada hora que passa sem notícias, cresce o desespero da família, dos amigos e de todos que acompanham essa tragédia.” O pedido de socorro que começou a circular nos aplicativos de mensagem na madrugada desta quinta-feira (2) é assinado por Luiz Rodolfo Viveiros de Castro. O enteado dele, Miguel Viveiros de Castro, faz parte da delegação brasileira que integra a Global Sumud Flotilha, a frota de embarcações que tentava furar o bloqueio de Israel a Gaza.
Vários navios foram interceptados por Israel na noite de quarta-feira (1º). Mas não houve confirmação se o barco de Miguel, o Catalina, está sob poder das forças israelense. Em nota, os organizadores da Global Flotilha confirmam que perderam o contato com Miguel.
“Presume-se que a embarcação tenha sido interceptada, diante do bloqueio de comunicações provocado pelas forças sionistas”, informa a nota.
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Os organizadores da flotilha também tentam contato com João Aguiar, que estava no veleiro Mikeno. O barco vinha sendo monitorado, mas desde as 14h35 (horário de Brasília), eles perderam o contato e o acesso às imagens das câmeras da embarcação.
“Embora o rastreador indique que o barco tenha alcançado as águas territoriais de Gaza, não houve mais sinais de navegação e, até o momento, não sabemos seu paradeiro”, informam os organizadores.
Em nota, a Global Sumud Flotilha, exige que Israel confirme o paradeiro dos brasileiros.
“Exigimos que sejam confirmados, de forma nominal, os cidadãos brasileiros sequestrados pelas forças israelenses, e que seja imediatamente informado o paradeiro de João Aguiar, a bordo do barco Mikeno, e de Miguel de Castro, a bordo do Catalina”, diz a nota da Global.
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Segundo os organizadores da flotilha, até o final da manhã desta quinta-feira, foram confirmadas as capturas de 12 membros da delegação brasileira. Entre eles, Mohamad El Kadri, de 62 anos de idade.
“Se tivéssemos 10 iguais a ti, estaríamos num mundo mais justo, mais igualitário e mais legal de se viver”, diz a frase que faz parte da homenagem que Jihad El Kadri postou nas redes sociais horas depois de saber que o pai tinha sido capturado.
Mesmo sabendo do paradeiro do pai, Jihad também vive a apreensão e explicou que fez a postagem para chamar a atenção das autoridades.
“Foi a forma de pôr para fora tudo o que eu estava sentido: o desespero. Para conseguir chegar até as autoridades, porque quero que meu pai volte com saúde. E para expor toda minha revolta, continuar essa luta pacífica que a gente tem há muitos anos”.
A última informação que Jihad tem do pai se resume ao vídeo gravado antes da partida da flotilha. O vídeo faz parte do protocolo de segurança e só é divulgado quando os ativistas são presos.
“Se vocês estão vendo esse vídeo, é porque eu fui sequestrado pelas forças sionistas de ocupação, em águas internacionais, o que é proibido”, diz Mohamad no vídeo.
A apreensão não é exclusiva dos familiares. “Temos notícias de que já teria começado algum interrogatório. Mas nem isso está confirmado”, disse a vereadora pelo PT de Campinas Guida Calixto. Ela é colega de Mariana Conti, também vereadora em Campinas, pelo PSOL, que integra a flotilha.
“Como hoje é feriado em Israel, talvez isso gere alguma dificuldade”, justifica Guida sobre a falta de informações.
A Embaixada do Brasil em Israel informou que, devido ao feriado de Yom Kippur, o atendimento consular só seria retomado na sexta-feira (3).
“Nossa preocupação é que o governo brasileiro interceda. Esperamos que eles sejam libertados o mais rápido possível”, manifestou Guida.
Os 12 integrantes da delegação brasileira que tiveram a prisão confirmada são:
- Thiago Ávila, a bordo do barco Alma;
- Bruno Gilga, Lisiane Proença, Magno Costa, vereadora Mariana Conti e Nicolas Calabrese (argentino com residência no Brasil), a bordo do barco Sirius;
- Ariadne Telles e Mansur Peixoto, a bordo do barco Adara;
- Gabriele Tolotti (presidente PSOL-RS) e Mohamad El Kadri, a bordo do barco The Spectre;
- Lucas Gusmão, a bordo do barco Yulara e
- Luizianne Lins, deputada federal, a bordo do barco Grand Blue.