SERVIÇOS

Núcleo de Mediação de Conflitos do IFSP capacita servidores de diferentes partes do Brasil  – IFSP

Grupo foi convidado a compartilhar metodologia focada no diálogo para repensar conflitos 

O ano de 2025 consolidou o Núcleo de Resolução Pacífica de Conflitos (NRPC) do Instituto Federal de São Paulo (IFSP) sobretudo por meio de ações de formação em diferentes partes do Brasil.  

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Criado em agosto de 2024, o NRPC-IFSP realiza mediações com estudantes e servidores em ambiente informal e acolhedor, de forma que todos busquem juntos alternativas para solucionar e/ou minimizar as divergências. Os mediadores atuam facilitando o diálogo entre os mediandos.    

No mês de julho de 2025, 25 servidores do IFSP concluíram o curso de mediação de conflitos oferecido por meio do Edital n.º 56/2024 e passaram a compor o núcleo por meio da Portaria IFSP n. 5.501/2025, atuando como mediadores em sessões realizadas de forma presencial e remota nos campi da Instituição.  

Esse trabalho, que tem como metodologia a busca da humanidade dentro da legalidade e “enxergar as pessoas por trás dos cargos”, ultrapassou as fronteiras estaduais. “A convite de diversas instituições, o projeto percorreu o Brasil promovendo capacitações e trocas de experiências”, relata o coordenador-geral do NRPC, Ademar Bernardes Pereira Junior, também professor do IFSP.  

O primeiro convite de 2025 para compartilhar as experiências do núcleo do IFSP foi feito pelo Cefet-MG. Ao longo do ano, o NRPC-IFSP foi solicitado pela Universidade do Espírito Santo (UFES), Instituto Federal do Ceará (IFCE), Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) – Campus Osório, Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), Instituto Federal de Rondônia (IFRO), Universidade Federal de Rondônia (UNIR), Escola do Servidor Público (ESAFI), em Fortaleza, e Instituto Federal do Sertão Pernambucano (IFSertãoPE).  

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Para 2026, já estão agendadas capacitações nas seguintes instituições: IFBA, UFVJM, IFMG, além do retorno em órgãos já visitados para acompanhamento das atividades.  

Ademar destaca a importância do reconhecimento ao NRPC-IFSP pelas diferentes instituições: “hoje buscamos enxergar o humano, cuidando de humanos dentro da administração pública”.  

Dentro do IFSP, também foram realizadas capacitações com servidores abordando a Comunicação Não-Violenta (CNV), a empatia, a escuta ativa, o não julgamento e a imparcialidade para conduzir o diálogo entre mediandos, e a simulação de mediação dentro do NRPC. 

As atividades do núcleo focaram ainda em campanhas de divulgação por meio da Diretoria de Comunicação do IFSP e a atividade principal do grupo: a realização de mediações entre servidores e alunos para o estabelecimento de uma comunicação respeitosa entre as partes, oferecendo ferramentas para a resolução de conflitos.  

Nesse ano, o NRPC recebeu mais de 20 demandas de mediação de conflitos. A grande maioria foi realizada com êxito, levando em conta o caráter voluntário para a participação nas sessões. “Isso demonstra o interesse dos servidores em fortalecer a cultura do diálogo dentro da Instituição e a relevância do trabalho desenvolvido pelo núcleo. O restabelecimento da comunicação entre duas pessoas com o diálogo comprometido traz benefícios para todo o ambiente de trabalho, além da saúde mental de cada servidor”, analisa Ademar Bernardes Pereira Junior.  

Mediações

Quando o Núcleo recebe uma demanda por meio do sistema Suap, um dos seus membros contata as partes envolvidas no conflito para agendamento de data e horário para a primeira reunião.  

No primeiro encontro, os participantes são recepcionados de maneira informal e acolhedora. O processo de resolução de conflito é apresentado e todas as dúvidas são esclarecidas. As reuniões podem acontecer de forma presencial ou virtual, dependendo da disponibilidade dos mediadores e mediandos.   

Todas as informações expostas durante as mediações são sigilosas, não devem ser compartilhadas por nenhum dos participantes das reuniões.   

 A mediação só acontece se houver espontânea vontade dos envolvidos no conflito, os quais devem contar suas expectativas em relação à(s) reunião(ões). Caso alguém não se sinta confortável durante o processo, pode desistir da participação na mediação.   

Os mediadores trabalham como um “facilitador” do diálogo. Eles são imparciais durante todo o trâmite e garantem o tratamento igualitário a todos. Os membros do Núcleo facilitam o diálogo e a compreensão por meio de ferramentas como a empatia, a Comunicação Não-Violenta e a escuta ativa para transformar a “cultura do conflito” em “cultura do diálogo”.   

O objetivo vai além de solucionar o conflito exposto. Pretende-se, sobretudo, oferecer ferramentas para que os participantes tenham um novo olhar sobre futuros desafios.   

A mediação de conflitos pode ser solicitada diretamente pelos estudantes ou servidores ao Núcleo por e-mail ()

Evolução NRPC 

O NRPC é a ampliação do antigo Nusca – Núcleo Permanente de Gestão e Solução de Conflitos Administrativos no âmbito do IFSP.  

Ademar explica que o IFSP enxergou a possibilidade de sair do modelo correcional, transformando o núcleo em uma política de gestão de pessoas de enfrentamento aos assédios e violências de maneira dialógica e profissional, “mas ainda assim, segundo o que a lei disciplinar manda: em casos graves de desvio de conduta pública devem ser apurados com o rigor da lei. Lembrando que o Direito Disciplinar é a última escolha do gestor”, ressalta.  

A intenção da nova abordagem, aponta Ademar, é superar a punição estatal da década 1990. “Hoje buscamos razoabilidade e proporcionalidade aos conflitos interpessoais, os quais, segundo a Lei n.º 8112, devem ser punidos com advertência. Isso não resolve o problema/conflito e ainda gera desmotivação aos servidores e pode fazer o conflito escalar para níveis mais graves, como a tragédia ocorrida no Cefet-RJ, que vitimou três servidores”, aponta Ademar. 

O coordenador-geral do NRPC-IFSP afirma que ofereceu ao Cefet-RJ o compartilhamento da experiência em gestão de conflitos, oferta aceita pela instituição carioca. A formação será realizada no próximo ano.  

Professor Ademar acredita que “mediar um conflito é viver a democracia, derrubar muros e construir pontes, demostra profissionalismo e força, marcas de uma visão inovadora de gestão”, finaliza.  

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